Duas aranhas
enamoravam-se entre as flores lisas dos meus azulejos.
Cruzavam-se pelos
ares, numa dança ensaiada,
Como se deslizassem
por fios não tecidos
De uma teia
intrincada,
Entre as flores
rubras de seus desejos.
Trocavam micro
carícias dentro de intermináveis segundos,
Mudos,
E logo se apartavam pelos
intervalos frios da parede
Num breve correr de
olhares para outros instantes
E as duas aranhas,
entre as flores aromáticas da minha lembrança,
Já não estavam lá
como antes.
Perderam-se entre as
dores da paisagem concreta.
Não sei...
Será mesmo que eram
amantes,
Ou são meus olhos de
poeta?
Adoro seus poemas, sempre tão delicados...
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