domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sem Nome

Hoje eu te vi de soslaio,
Porque já te confundias na multidão igual
Não és mais a mesma pessoa
Não é sequer o antigo.
És um coração perdido
Mesmo, igual

Sua roupa, seu cheiro, seu habitual,
De longe,
Não passavam de cores
Que eu nem sei mais o nome,
Nem sei mais se a mistura é quente ou fria
Se tem doce ou se tem sal.

Naquele minuto oblíquo
Que me viu chegar
Não disse palavra, nem pode escutar
Seus olhos boiaram sei lá por que águas...
E no vão daquelas cores sem nomes
Um vento levou-te o que eu podia te dar:
Um sentir tão quieto,
Um silêncio tão reto,
Dentro do mais sincero desconhecer

 E foi tão rápido o samba,
Que entre o pulsar do pandeiro,
E um apito perdido na folia
Eu pude sentir o que preenchia
Aquele único e inteiro olhar que você me acenou:
- Eu sou a mesma espera.
  Sou da mesma esfera que nunca saí
  Eu sei o que perdi. 

2 comentários:

  1. Deu pra ouvir sua voz declamando, Jean Paul.

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  2. nossa! que lindo!
    quero um dia ler um text ou um poema lindo seu e reconhecer q foi feito pra mim! #ciumes.com
    hehehehe!
    M.

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