domingo, 14 de novembro de 2010

Cá comigo

Cá estamos: eu comigo
Estou em casa.
Sou meu lar, aldeia, amigos, convidados...
Tenho feriados, dias santos, dias livres.
Dias de sol e roupas de banho a beira mar, sem eira nem beira.
Noites também. Noites de farra, noites fartas e claras de alguma lua
Uma cidade inteira com mil faces, feito diamante lapidado.
Sou meu próprio lapidador e diamante...
Florista, engenheiro e ambulante...

Cá, comigo, estou eu.
Meu parceiro querido,
Doce afago nestas horas só nossas...
Nossa e de mais ninguém!
Sorte de dois, que momento não há
Para separar-me de mim.
Não quero outra companhia além de tu.
Quero-te aqui:
Deitar-me contigo,
Dormir bem juntos,
Acordar contigo,
Viver contigo,
Casar-me...

Cá estou eu,
Sou eu mesmo sozinho.
Caladinho...
Ocupando quarto e sala deste apartamento,
Não fossem os cheiros, algumas canções e poemas e retratos,
Quase vazio e desabitado, pesando leve
Levando a espera.
Quem sabe não vejo por debaixo da porta, qualquer hora,
Pisando no meu capacho, dois pés calçados?
Gente estrangeira, gente de fora
Querendo, agora, um gole d’água, uma estória e um suspiro...
Querendo ocupar-se em meu abrigo

Comigo.

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