terça-feira, 30 de novembro de 2010

É o que é.

Na soleira da minha casa caiu um pingo.

Um pingo de chuva que passou.

Que foi tudo aquilo que passou,

E agora é pingo.

Só pingo.

Tudo ali naquela gotinha...

O temporal é tal qual choro,

Choro de uma só lágrima,

Que vem do alto,

Que cai do olho,

Que desce em mim,

Que escorre por entre os dedos,

E molha.

Por cada curva que passa espalha,

Um pouco de si, migalhas...

Moléculas e histórias de nuvens cheias,

De dias e noites...

Que deitam no espaço vasto que as rodeiam,

E em contato com a aura doce do lar que não retornam,

Soltam, rolam, acontecem...

Na beira do caos que se dispersa,

O que era mar agora é rio,

O que era rio agora é poça,

O que era mil, pouca,

Da chuva a gota,

Que cai na minha soleira,

E espalha...

E que já não é mais

Nem chuva,

Nem pingo,

Nem nada.



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